FORA
RACISMO DA EDUCAÇÃO!
O 20 de novembro é o dia da
Consciência Negra, data de resistência e luta da população negra no Brasil.
Este dia foi escolhido pelo Movimento
Negro por representar a data da morte de Zumbi dos Palmares que dedicou sua
vida na luta contra a escravidão.
E exatamente neste dia que
tem uma simbologia, o Secretário de
Educação da Rede Municipal do Rio de Janeiro fez uma postagem em seu Facebook
que demonstra toda a sua raiva ao Dia Nacional da Consciência Negra.
Nesta nota nas redes sociais
fala que: “Detesta a racialização do Brasil” e “a Idiotice racial prospera”,
mostrando explicitamente um discurso
racista e contaminado pelo mito da democracia racial que cumpre o papel
de invisibilisar ou negar o racismo, e a suposta inferioridade justificando as migalhas oferecidas pelo sistema capitalista.
O racismo ideológico
“justifica” o tráfico negreiro e os atos brutais para possibilitar o acúmulo de
capital através da exploração da mão de obra barata mantendo os privilégios e
regalias da classe dominante que é a branca.
O desequilíbrio do
Secretário foi estimulado porque uma atriz negra fala do racismo que seu filho
recebe no cotidiano, apesar de pertencer a uma parcela quase inexistente de
negros com situação privilegiada no Brasil. Para descaracterizar as denúncias
feitas pela atriz, afirma que ela e seu filho são “lindos e cheirosos”. Vale
salientar que os adjetivos usados para
se referir a atriz e seu filho é mais
outra demonstração de deboche, pois o racismo sempre cita que o negro é feio e fedorento. Ou
seja, se eles não são isso, não haveria possibilidade de sofrer este
preconceito.
O Brasil vive a teoria do embranquecimento
e o mito da democracia racial que serve para dividir a classe, baseada na tonalidade da pele. Ser branco é sinal de
superioridade e a pele escura implica em ser mais discriminado e excluído. Essa
ideologia está a serviço da dominação e da farsa que existe oportunidades
entres os indivíduos de todas as raças. Em sua declaração quando afirma em seu
cárcere em Bangu que como branco era minoria no meio dos negros, tenta
manipular o conceito de raça e classe.
O Secretário da cidade
carioca é um admirador de Gilberto Freyre, segue a mesma lógica quando este defendeu
que os mestiços, por terem crescido nas sombras da Casa Grande, desde sempre se
beneficiaram da posição social de seus senhores. Isso não é novidade pois o
projeto apresentado pelo Secretário de educação no início de sua gestão tem como um dos nomes como inspiração Gilberto
Freyre.
Exaltar este escritor que é
autor de “Casa Grande e Senzala - 1933” na qual compara: “que a mulher branca é
para casar, mulata para o sexo, negra para trabalhar, é exaltar a dita
miscigenação onde as mulheres negras escravas eram estupradas pelos senhores ou
para iniciar sexualmente seus filhos. É o que existe de pior exemplo de
machismo e racismo.
Temos uma herança
deixada por mais de 380 anos de escravidão e pela diáspora africana que
não podemos esquecer e que está marcada no sofrimento. Somos descendentes de
seres humanos escravizados, que reafirma sua resistência de raça e classe
contra as mortes violentas de jovens e negros com baixa escolaridade.
Quando o atual secretário de
educação afirma com palavras de baixo calão “F... as raças” ele reforça os 71% de assassinatos da população negra, os 12 minutos
que um jovem negro é morto, os 75% da
população carcerária brasileira sendo negra, que um jovem negro tem cinco vezes
chance de ser analfabeto que um jovem branco, que as crianças negras cariocas
não terão atendimento médico adequado porque a prefeitura da qual ele faz parte
está fechando clínicas da família porque está sem
medicamentos e profissionais da saúde estão com problemas no salário.
Através desta declaração
percebemos o porquê que a lei 10.639/2003 não é implementada de fato na rede. Seu surgimento há 14 anos teve como finalidade
trabalhar na educação básica a história da África e cultura afro brasileira tendo como objetivo trazer
para o chão escola o combate permanente contra o racismo resgatando a
verdadeira história do povo negro.
Infelizmente, hoje o Rio de
Janeiro demonstra que não tem nenhuma política pública de combate contra o
racismo.
Por isso, repudiamos
veementemente a declaração do Secretário de Educação do Município do Rio de
Janeiro. Não admitimos o racismo na educação pública! Não mediremos forças para
combater qualquer tipo de preconceito!
A
NOSSA LUTA É TODO DIA !
CONTRA
O MACHISMO, RACISMO E LGBTFOBIA!
FORA
RACISMO DA EDUCAÇÃO!